8.12.11

*8 de dezembro*

autores. Catarina e Raul Pereira
título. sem título, 2011


[técnica. bordado sobre tecido, colagem sobre cartão 
e cartolina, e impressão digital a laser sobre papel]


"The amazing thing is that every atom in your body came from a star that exploded. And, the atoms in your left hand probably came from a different star than your right hand. It really is the most poetic thing I know about physics: You are all stardust. You couldn't be here if stars handn't exploded, because the elements - the carbon, nitrogen, oxygen, iron, all the things that matter for evolution - weren't created at the beginning of time. They were created in the nuclear furnaces of stars, and the only way they could get into your body is if those stars were kind enough to explode. So, forget Jesus. The stars died so that you could be here today." Lawrence Krauss


«Afastar a cortina», «espreitar», «olhar com olhos de ver», são metáforas utilizadas amiúde quando se trata de representar a busca pelo conhecimento. Foi esta necessidade, intrínseca à nossa espécie, que nos permitiu evoluir para o que somos hoje. 

Vivemos numa época privilegiada: a Humanidade avançou intelectualmente muito para além dos mitos que foram forjados em séculos de medo e de ignorância; tempos em que a simples inexistência  do telescópio, por exemplo, bastaria para rejeitar quase tudo o que os nossos antepassados nos legaram escrito sobre a origem das «coisas naturais» e do seu funcionamento.

A Física Quântica contemporânea ensina-nos que a criação do nosso Universo surgiu a partir do nada, há cerca de 13.7 mil milhões de anos atrás, de forma espontânea, exactamente como uma miríade de partículas subatómicas que, noutra escala, continua a fazer o mesmo, constantemente. Entendemos que, tal como os astros, que doaram generosamente os seus núcleos para criar toda a matéria viva existente, também os artistas retiram do seu interior a obra de arte, em fusões violentas de imaginação e talento. A única diferença é que eles o fazem nos únicos universos que foram, de facto, criados: os deles próprios.

Domenico Scarlatti escreveu a sua música sublime nos alvores do Iluminismo, quando a Humanidade finalmente despertou. Talvez algumas das suas sonatas para cravo tivessem sido compostas enquanto admirava o firmamento...

Seja como for, olhar para o céu é o que todos deveríamos estar a fazer neste século XXI, sob pena de ser tarde demais se não optarmos por abrir no imediato essa via para o desconhecido. O universo que daqui nos interessa está, praticamente, todo explicado... O que faremos agora com isso? Continuaremos escondidos atrás da cortina ou lançar-nos-emos a ouvir, lá longe, muito longe, a verdadeira música das estrelas?

texto de: Raul Pereira

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