25.6.16

nesta JANELA da CIDADE...

 Nem sempre conseguimos dizer exactamente quando tudo começou. Todos os gestos primeiros contam, mas existe aquele momento, em que percebemos que algo está a acontecer, e tudo ganha outro significado.

 Antes desta janela, existiram muitas outras, mas com o nascimento deste projecto, a janela assumiu outra responsabilidade, um sentido maior. 

 Seja neste ou noutro lugar, existirá sempre uma janela que me liga a este desejo de continuar a sonhar.

 Obrigada a todos os que desde então têm colaborado comigo neste projecto, e obrigada a todos os que seguem esta Janela da Cidade.

[na imagem. intervenção numa janela da Rua D.Afonso Henriques, Braga /2007]

“Também através de outras janelas já espreitei e sorri. 
 Não sei quando terei usado, pela primeira vez, uma janela, para comunicar com o mundo do lado de fora. Ao longo dos anos, com pequenos objectos que suspendi nas janelas, fui contando pequenas histórias. Só mais tarde, muito mais tarde, fui percebendo a forma como as minhas janelas se transformavam com esses pequenos apontamentos. A forma mágica como se tornavam contadoras de histórias. Só mais tarde percebi a importância que estas mesmas janelas assumiam na minha forma de ver e sentir ,porque através dela também me fui descobrindo.
 Mas este projecto Janela Adentro [uma história à janela] nasceu muito mais tarde. Mas não ignoro todos os gestos primeiros, todas as intervenções que antes já havia criado nas janelas da casa onde cresci, nas janelas de outras casas por onde fui viajando, porque em todas as janelas afinal existiu sempre um apontamento, um pedaço de mim.
 Nesta janela, nesta exacta janela, contei algumas das minhas histórias. Convidei outros autores a habitarem-na com as suas histórias também. Uma janela que me encheu de luz, que me ligou a tantas pessoas e a tantos lugares. Uma janela que esteve sempre de olhar desperto e luminoso para esta rua da cidade. Uma janela que se transformou para mim em algo extraordinário e que para sempre irá continuar a existir, seja onde estiver.
 Neste ou noutro lugar, existirá sempre uma janela que me liga a este desejo de continuar a sonhar.”

by Vânia Kosta

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